Um problema que causa preocupação nos pais é o refluxo gastroesofágico em bebês e crianças.

Em primeiro lugar, é muito importante que se saiba: o refluxo gastroesofágico é um refluxo fisiológico que ocorre após as refeições.

Há um movimento de deslocamento de parte do conteúdo do estômago que ascende e atinge o esôfago. Quando o Refluxo Gastroesofágico, RGE, é rapidamente clareado (menos de 3 minutos, em geral), não é determinante de sintomas.

Quando o mesmo é prolongado, faz com que o ácido gástrico em contato com o esôfago determine um processo irritativo, que se traduz por dor e queimação, popularmente conhecido como azia.

Os lactentes (bebês) nos primeiros meses de vida apresentam alguns casos de refluxo após as mamadas, que se traduzem por regurgitações (ou golfadas).

Essas, ocorrem sem precedência de náuseas e sem esforço. Cabe salientar que é absolutamente normal o bebê regurgitar em seus primeiros meses de vida.

Esta situação é classificada como refluxo gastroesofágico fisiológico. Isto não deve preocupar os pais, principalmente se o bebê estiver com aparência saudável, sem perda de peso e se não apresentar choro excessivo.

Esses lactentes mamam grandes quantidades de volume e regurgitam parte do conteúdo, tanto de leite materno, quanto também de fórmula, e são denominados regurgitadores felizes”.

Para o RGE fisiológico não há requisição de exames complementares. Esses bebês não devem receber medicações anti-refluxo. Medidas posturais, como, por exemplo, colocá-los na posição vertical, e orientações esclarecedoras, são suficientes.

Os nenês melhoram dos sintomas entre quatro a seis meses de idade, e praticamente passam a não regurgitar entre 6 e 12 meses de idade. Ou seja, em seu primeiro ano de vida.

Cabe ao pediatra tranquilizar os pais e observar o desenvolvimento e ganho de peso destes lactentes.

Refluxo gastroesofágico dos bebês tem bom prognóstico

Bebê é examinada pelo Dr Mauro Toporovski em consultório da Clinica de Pediatria Toporovski

“O refluxo gastroesofágico dos bebês, em geral, tem um bom prognóstico e, na maioria das vezes, não vão precisar de exames complementares e tratamento medicamentoso”, afirma o pediatra gastroenterologista, Dr. Mauro Toporovski, coordenador-geral da Clínica de Pediatria Toporovski.

“Lactentes que apresentam sintomas mais exacerbados persistentes, passam a não mamar bem e tem repercussão nutricional, caracterizando a doença de RGE. Devem ser bem acompanhados e monitorados, sendo que muitos vão precisar de tratamento medicamentoso”, explica o médico.

Em segundo lugar, cabe explicar que a doença do refluxo gastroesofágico ocorre por uma disfunção do esfíncter esofágico inferior, conhecido como esfíncter cárdico.

Os relaxamentos mais prolongados e pressões mais baixas do esfíncter, determinam refluxos mais volumosos e duradouros, permitindo exposição ácida no esôfago distal mais prolongada.

Nessas circunstâncias, na maior parte dos casos, há sintomas como dor epigástrica, queimação e azia.

O refluxo, por último, pode determinar ocorrências respiratórias, tais como: tosse crônica, rouquidão e piora das crises de asma.

Essas manifestações podem ocorrer por causa da exposição do ácido no esôfago ou quando o refluxo alcança a laringe determinando microaspirações do conteúdo ácido para as vias aéreas. 

A doença do refluxo pode determinar em muitos casos, interrupção das mamadas, náuseas e vômitos além de choro excessivo. Há, portanto, repercussão nutricional com desaceleração do ganho de peso.

Esses dados são, de fato, preocupantes e devem chamar a atenção dos pais e do pediatra que acompanha esse bebê.

Um diagnóstico diferencial importante é que parte dos lactentes com sintomas persistentes RGE, apresentam, de fato, alergia à proteína do leite de vaca.

As frações alergênicas determinam alterações inflamatórias e de motilidade do trato digestivo, ocorrendo, então, recusa alimentar, cólicas, vômitos, sintomas esses indistinguíveis da doença do RGE.

Há casos de RGE de difícil manuseio e não responsivos ao tratamento

Mãe segurando bebê: doença do refluxo pode causar alguns incômodos

Esse processo pode ocorrer logo depois da introdução da mamadeira de fórmula à base de leite de vaca ou mesmo durante o aleitamento natural, quando a sensibilização se dá pela ingestão de produtos lácteos por parte da mãe.  

Nas crianças, ainda na fase infantil, é comum que, quando apresentam doença do RGE, verbalizam quanto à presença de dor no estomago, falta de apetite, azia, náuseas e, por vezes, vômitos.

Alimentos gordurosos, molhos de tomate, bebidas gasosas com cafeína, chocolate, cebola e condimentos fortes podem causar a piora do refluxo.

Há casos de RGE de difícil manuseio e não responsivos ao tratamento. Nestas circunstâncias, anormalidades anatômicas podem estar presentes em crianças maiores e adolescentes.

Destaca-se aí a ocorrência de refluxo secundário à hérnia de hiato. O esfíncter esofágico é muito alargado e frouxo, deixando parte do esôfago migrar no sentido ascendente para o tórax.

A agressão contínua às células do esôfago faz com que elas adquiram características de células intestinais, e a essa transformação damos o nome de Esôfago de Barret.

Corresponde a uma situação mais grave presente em adolescentes ou adultos com refluxos que não são convenientemente tratados.  

Falaremos dos exames complementares e também do tratamento do RGE na próxima postagem do nosso blog! 



Clínica de Pediatria Toporovski: (11) 3821-1655 

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