A tosse é algo que frequentemente acomete as crianças e preocupa os pais dependendo da sua extensão. Por isso, vamos agora abordar este tema tosse: o que é? Como combater?
A tosse é uma contração espasmódica, repentina e frequentemente repetitiva da cavidade torácica, resultando em uma forte expulsão de ar dos pulmões, e geralmente acompanhada por um som característico.
A tosse é um mecanismo de defesa para eliminar elementos que irritam as vias respiratórias, tais como poeiras, bactérias, vírus, substâncias químicas e, eventualmente, corpos estranhos.
O epitélio das vias aéreas produz muco e secreções que devem ser mobilizadas e eliminadas pela tosse.
Uma criança saudável e ativa, brincando no dia a dia, pode apresentar alguns episódios de tosse sem que isto represente nada de especial.
A tosse é um sintoma que pode ocorrer com mais frequência e intensidade preocupando demais os pais, representando uma das maiores causas de procura por atendimento médico.
Na prática pediátrica cotidiana, a maior parte dos processos de tosse, decorrem de infecções das vias aéreas de caráter viral do trato respiratório alto (IVAS).
A tosse inicial é, em geral, seca e com o passar do tempo, passa a ser mais produtiva.
A mesma é classificada como aguda, durando de 2 até 3 semanas em geral. Considera-se tosse crônica processos muito prolongados, acima de 8 semanas de duração.
Ou seja, mais do que dois meses.
As famílias devem estar atentas, pois as crianças, em qualquer idade, nas crises de tosse, disseminam partículas virais e mesmo bactérias para o ambiente, podendo contagiar irmãos e até mesmo os amiguinhos no ambiente escolar.
Como evoluem os processos de tosse pós-infecções virais na infância?
Geralmente, esses quadros têm início com tosse seca que, com o passar do tempo, e de acordo com o tratamento, vão evoluindo para tosse produtiva, com pouca eliminação de muco.
Os processos podem estar associados a outros sintomas tais como: coriza ou obstrução nasal, cansaço, ato de fungar e espirrar, corrimento pós nasal, com ou sem febre, lacrimejamento, irritação da garganta e rouquidão.
Algumas crianças apresentam hipersensibilidade dos receptores epiteliais das vias aéreas e prolongam o processo de tosse por muitas semanas.
O acúmulo de secreção espessa pós nasal em crianças pequenas e sinusite nas maiores, constituem causa frequente de tosse prolongada na infância.
É muito importante o reconhecimento e tratamento dessas situações, pois só assim obtém-se a melhora do processo em questão.
Quando pensar em tosse alérgica?
O paciente alérgico pode, com frequência e em qualquer idade, apresentar quadros de tosse crônica e recorrente, manifestada como único sintoma ou associada a outros sintomas tais como: rinorréia, obstrução nasal, espirros, roncos, chiado no peito e falta de ar.
“A maioria dos pacientes relacionam esses quadros de tosse às IVAS, mudanças climáticas, exposição à aeroalérgenos, tabagismo, odor forte, e épocas do ano associadas à polinização, entre outros”, explica a Dra. Sarah Shamay, especializada no atendimento de crianças alérgicas e pediatra da Clínica de Pediatria Toporovski.
O tratamento é fundamental para o controle dessas crises. A asma é uma doença que, se bem controlada, tem curso favorável e bom prognóstico durante a infância.
Já a rinite alérgica é sazonal em boa parte dos casos, com picos de exacerbação no outono e inverno.
Entretanto, há casos, em que a rinite pode ser perene e de difícil controle, exigindo tratamento mais vigoroso tanto nas crises, quanto na prevenção de recorrências.
O tratamento medicamentoso deve sempre ser orientado pelo médico que acompanha a criança. Na fase aguda de rinite alérgica, emprega-se anti-histamínicos para controle dos sintomas, associando a lavagem nasal com soro fisiológico com frequência.
Da mesma forma, emprega-se em geral, corticoesteróides na forma de spray nasal.
Na fase aguda da bronquite asmática emprega-se corticoesteróides por via oral por poucos dias e controle através de broncodilatadores (via inalatória ou por spray). O acúmulo de secreções pode ser melhorado com técnicas de fisioterapia respiratória.
Para a prevenção de ocorrência de crises, os pacientes devem, anualmente, estar vacinados contra gripe.
As medidas antialérgicas de caráter ambiental visam proteção quanto a exposição aos ácaros (pó domiciliar), fungos (mofo) e componentes irritantes das vias respiratórias, devendo incluir os seguintes fatores.
Limpeza de casa frequente com água e sabão ou álcool, evitando produtos com cheiro forte.
Evite as alergias: troque as roupas de cama toda semana!
Do mesmo modo, evitar varredura, dando preferência para uso de pano úmido e aspirador de pó.
Deixar bater sol nos quartos e melhorar a ventilação dos ambientes; evitar objetos que acumulem poeira como tapetes, cortinas, bichos de pelúcia, livros, entre outros.
Outro fator importante: as roupas de cama devem ser trocadas semanalmente.
Da mesma forma, encape colchões e travesseiros com capas impermeáveis.
Evite o uso de perfume e amaciante nas roupas e também a exposição ao tabagismo.
Caso tenha animais de estimação, dê banho neles semanalmente.
É excepcional e rara a ocorrência de insuficiência respiratória aguda ou choque anafilático nas crianças e adolescentes atópicos. A maior parte dos casos de bronquite asmática e rinite alérgica evoluem favoravelmente durante a infância.
“Um cronograma do atendimento e bom canal de comunicação entre os familiares e equipe médica são essenciais para o sucesso do tratamento”, afirma o pediatra Dr. Mauro Toporovski, pediatra e coordenador-geral da Clínica de Pediatria Toporovski, que está em nova fase de sua trajetória.
Clínica de Pediatria Toporovski: (11) 3821-1655