Fazer com que nossos filhos comam bem é uma das nossas principais metas, não é mesmo?

Pois bem, pensando nisso, a Dra.Vanessa Cristina Rodrigues, nutricionista e colaboradora da Clínica de Pediatria Toporovski, bolou uma série de dicas de alimentação saudável e responsável.

Veja quais são elas a seguir!

Em primeiro lugar, está o leite materno. Nos primeiros seis meses de vida, somente ele basta!

Não é necessário oferecer água, chás ou outros alimentos.

São poucas as situações onde a criança apresenta alguma doença ou condição que exija o consumo de outros alimentos. Faça isso apenas com orientação do médico ou do nutricionista.

Após os 6 primeiros meses, a alimentação complementar deve ser iniciada, assim como a ingestão de água nos intervalos; com a manutenção do aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais.

Amamentar ao seio também contribui para a preservação do meio ambiente. Você já pensou em quantas latas de leite e mamadeiras deixarão de ser utilizadas?

Seja assertivo na introdução da alimentação complementar! 

Criança come uma maçã: ser assertivo na introdução da alimentação complementar terá grande influência nos hábitos alimentares, em longo prazo.

Ela tem grande influência nos hábitos alimentares, em longo prazo.

Introduza as frutas e papas de almoço e jantar em consistência pastosa (amassada), pelo sistema BLW (baby led weaning) ou sistema participativo.

Na verdade, ao mesmo tempo, são oferecidos alimentos pelo sistema BLW, que a criança pode pegar e comer à vontade, enquanto o cuidador oferece alimentos amassados, em uma colher.

Clínica Pediátrica Toporovski, junto com a Sociedade Brasileira de Pediatria, considera o sistema participativo como o mais viável.

Se optar pela oferta de papas, amasse os alimentos do almoço e jantar separadamente, para que, desde o início, a criança se habitue ao sabor e a textura de cada um.

Caso escolha amassar todos juntos, ela vai se acostumar somente com o sabor de “sopa”.

Ao utilizar o sistema BLW, tenha atenção com pedaços e formatos de alimentos que causam engasgos, fora outros cuidados recomendados neste guia

Se ao experimentar um alimento a criança fizer “cara feia” ou sinalizar que não gostou, não desista.

Continue oferecendo o alimento, em outros momentos, e em diferentes formas de preparo: a criança pode precisar de até 12 experimentações para começar a aceitar.

Atenção aos sinais de saciedade, como fechar a boca, virar o rosto, chorar ou ficar agitado, empurrar o prato ou colher: esse é o momento de encerrar a refeição. Se tiver dúvidas, consulte o pediatra ou o nutricionista.

Pesquisas realizadas nas últimas décadas mostram que algumas práticas não trazem vantagens e não devem ser realizadas, como: oferecer papas peneiradas ou liquidificadas, sucos (o melhor mesmo é oferecer as frutas in natura) e postergar a introdução de determinados alimentos, como pescados, ovos, amendoim, nuts, carnes de diferentes fontes, etc.

Atualmente, recomenda-se que alimentos de todos os grupos sejam introduzidos, desde o início, respeitando os hábitos da família.

Cerque seu filho de bons modelos alimentares e mensagens positivas 

Criança comendo; dicas de alimentação saudável e responsável têm que ter como bons exemplos pais e irmãos das crianças
Criança comendo; dicas de alimentação saudável e responsável têm que ter como bons exemplos pais e irmãos das crianças

Os pais e irmãos mais velhos são importantes modelos. Orientar a criança a ter uma alimentação saudável terá pouco efeito se ela observar essas pessoas comendo de forma diferente.

Converse com eles sobre a importância de instituírem bons hábitos alimentares, em prol da educação alimentar dos pequenos.

Além disso, o que os pais falam é “compreendido” pelo cérebro da criança como verdade.

Portanto, se falarem que a criança “não come nada”, ela continuará comendo pouco; se falarem “ela não gosta de salada”, ela entenderá que não gosta de salada.

Procure falar de forma positiva dos alimentos e da criança, como por exemplo: “você não comeu hoje, mas das próximas vezes vou fazer com temperos diferentes e tenho certeza que você vai começar a gostar”!

Assuma a liderança da alimentação do seu filho 

Alguns pais chegam ao consultório dizendo que seu filho só gosta de suco da marca “X”, só aceita biscoito da marca “Y” ou só come macarrão, nuggets e batata frita industrializados.

Mas, quem apresentou esses alimentos à criança? Quem os compra e os prepara diariamente?

Se você quer que o seu filho consuma alimentos mais saudáveis, inclua-os na rotina alimentar de toda a família.

Disponibilize os alimentos saudáveis em preparações variadas, coloridas e saborosas.

Atualmente, o sistema de divisão de responsabilidades é reconhecido como o mais viável para a instituição de bons hábitos alimentares.

Nesse sistema, os pais definem o quê (quais alimentos/preparações), onde (na mesa? no sofá? no quarto?) e em qual horário a criança vai comer; e a criança decide se vai comer e em qual quantidade.

Se os pais forem modelos confiáveis, ou seja, são pais que cumprem com o combinado e não ficam cedendo às pressões da criança, ela saberá que não adianta recusar os alimentos oferecidos, pois não receberá substitutos e ficará com fome.

Com o tempo, ela passará a aceitar o que for oferecido e consumido por toda a família.

Dicas de alimentação saudável e responsável: estimule nas crianças o gosto por água, frutas, verduras e legumes 
A nutricionista Vanessa Rodrigues: beber bastante água mantém o bom funcionamento do organismo
A nutricionista Vanessa Rodrigues: beber bastante água mantém o bom funcionamento do organismo.

Beber bastante água mantém o bom funcionamento do organismo, regula a temperatura corporal, previne constipação e cálculo renal e controla a vontade de beliscar nos intervalos das refeições.

Priorize ofertar água às outras bebidas, como refrigerantes, chás adoçados, achocolatados e sucos (inclusive os naturais), pois está comprovado: consumo regular de bebidas doces aumenta as chances de a criança desenvolver obesidade e doenças crônicas.

Do mesmo modo, água de coco também contém açúcares.

Ofereça as frutas in natura e capriche na oferta de água pura nos intervalos das refeições. Água potável filtrada ou fervida é tão boa quanto as águas engarrafadas e contribui para a menor geração de lixo plástico.

E por que é tão comum que as crianças recusem as frutas, legumes e verduras?

O ser humano nasce com maior preferência por alimentos calóricos, com açúcar, gorduras e sal e com menor preferência por alimentos amargos.

Esse comportamento tem origem no início dos tempos. Acredita-se que ocorra porque os primeiros dão a energia e sais necessários à sobrevivência e a recusa pelos amargos poderia proteger o homem de ingerir ervas venenosas.

No entanto, os vegetais contêm vitaminas, minerais, fibras e diversos compostos com função bioativa, como por exemplo os carotenoides, que contribuem para a prevenção de câncer e protegem nossa pele e olhos das ações dos raios UV.

Esses alimentos contêm poucas “calorias”, além de contribuírem para a saciedade e prevenção de doenças como câncer, infarto, derrame e doenças intestinais.

Varie os tipos e formas de preparo, capriche na apresentação e uso de temperos naturais, envolva a criança na compra e preparo, institua o hábito de começar a refeição pelos vegetais e inclua-os em momentos prazerosos, como passeios e comemorações. Tudo isso contribui para aumentar a aceitação e fazer com que a criança associe os vegetais a sensações de prazer.

 

 

Clínica de Pediatria Toporovski: (11) 3821-1655.

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